Premiado por um edital da Fundação Ford o CEDENPA – Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará, organização do movimento negro atuante a mais de 30 anos no Pará lança o Projeto Agentes de Negritude. O projeto visa fazer valer a legislação existente, mais especificamente ligada à superar as desigualdades sócio raciais (e de gênero) que tem prejudicado secularmente a população negra, estimulando para isso, o protagonismo da mesma, através de ações mais amplas, coletivas e qualificadas. Trata-se pois, de atuar junto aos poderes executivo, legislativo e judiciários realizando audiências, sessões especiais , seminários, campanhas e efetivar cursos para agentes da negritude, criar/ampliar redes de articulações, sobretudo de mulheres negras, para dar mais contundência e agilidade no processo de construção da equidade racial.

O projeto pretende atuar junto a diversos órgãos e instâncias do Estado , nos âmbitos Executivo, Legislativo e do Sistema Judiciário do/no Pará, para evitar que todo o corpo de leis antirracistas, até então conquistado, continue , praticamente, ´letra morta´ ou com aplicação tão lenta, que tem facilitado a manutenção das distâncias sócio raciais e de gênero.

Pretende também formar 80 jovens Agentes de Negritude, seguindo o modelo dos antigos agentes de saúde, experiencia relevante no Estado. O conteúdo do curso envolve conhecimentos sobre trajetória da população negra no Brasil; modelos de desenvolvimento alterativos ao vigente , que levem em conta o respeito aos DHESCAs (Direitos humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais , este último com foco maior na Amazônia); às PAAs (Políticas de Ações Afirmativas); combate aos Racismo Institucional e Ambiental; aspectos da mundialização e fluxos de capitais; e outros temas indispensáveis para garantir uma participação mais qualificada de negras e negros em vários espaços de debates e decisões. Além de um plano de comunicação de forma a garantir a utilização de atuais tecnologias de comunicação/informação e realização de duas campanhas `informativas/orientadoras´, para dar visibilidade aos direitos adquiridos pela e para a população negra .

Pretendemos com isso a ampliação e fortalecimento de espaços de mobilização e visibilidade das ações voltadas a viabilizar um protagonismo efetivo de representantes da população negra, no processo ligado à eliminação de mecanismos de manutenção da subalternização histórica, a que está submetida a população negra na sociedade brasileira.

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